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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sobre O Terror


“Tudo é distribuído em doses, como ser fosse um veneno matando pouco a pouco”

(Coisas que aconteceram...)

O bando era constituído por três homens. Entre eles, havia um menor. Homens que tiveram uma ou nenhuma oportunidade na vida ou que negaram todas das quais haviam aparecido. Tornaram-se assassinos baratos e frios. Dos quais nem pensam no que a morte representa ou coisa ainda pior; daqueles que nem sequer pensam.
A lembrança ainda estava viva de quando o bando de três era quatro, desfalcado por disparos de um atirador rival, com pouco ou nenhuma instrução na vida. E com isso, a rixa teve inicio. O atirador que eliminou um dos quatro, não só eliminou o quarteto, porém também a chance de andar sem medo e não olhar para trás. Ele havia sido jurado de morte.
O dia do acerto de contas foi escolhido – domingo, um dia bom para matar. O bando sedento por vingança, munidos de ódio e armas de fogo, saíram em caçada daquele que respirava apenas por insistência, sua morte estava certa.
O anjo da morte tem sua maneira peculiar de agir e naquele dia, o atirador ganhava mais algumas horas. Seu dia ainda não tinha chegado.
Era noite e o jogo de futebol ainda era transmitido pela televisão, e logo o grito de gol foi sobreposto por disparos de revolver. Todos correram e no inicio da pequena rua, o atirador corria ensangüentado, perfurado por balas com bando em seu encalço. Mais disparos. Mais desespero. Pessoas jogaram-se ao chão e com disparos de nove tiros, oito fizeram o atirador já caído acompanhar o anjo que se apresentou naquele lugar e com apenas um tiro, o anjo, feliz, levou também meu pai.