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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sobre A Vingança


“A vingança é um prato que se come podre.”

Não há sentimento pior para o orgulho de que ser dispensado. Nada além da depreciação resultante, após tentativas e mais tentativas frustradas de convencer que apenas você é a pessoa certa. Somando ao terror da possibilidade de ser deixado (a). Ah, com isso machuca!

A ferida permanece exposta, sangrando por dias seguidos, nos acrescentando sentimentos egoístas que pairam sobre a questão irresoluta do “por que do outro (a) ser melhor que nos?”, afinal, sempre somos mais inteligentes, mais bonitos, mais engraçados, mais compreensíveis, mais cuidadosos e muito melhores! Entretanto, a ferida é devidamente tratada e cicatrizada com rancor, e a ajuda indispensável do tempo.

A vida segue. E começamos a perceber as mudanças sutis e significativas que agora estão presentes. Percebemo-nos mais inteligentes, por agora entender que o momento não era de fato o momento. Mais bonitos, por vermos que não só a beleza naquela (e) que se foi, e sim que há também em nos. Mais engraçados, por encarar as noites mal dormidas como se fossem lembranças de um filme de humor do Jim Carey. Mais compreensíveis, por, enfim ter a sabedoria que antes se escondia no caos de pensamentos desordenados. E mais cuidadosos, por agora sabermos que uma das piores dores simplesmente não mata, porém, é como se matasse. Ficamos melhores!

Até que um dia qualquer em uma situação qualquer, a pessoa que diretamente causou sofrimento e indiretamente causou aprendizado, transparece arrependimento, inclinando-se a voltar...

(Coisas que aconteceram...)

“Amei. Meu Deus, como eu amei! Cada noite distante daquela casa parecida me aproximar ainda mais de um sentimento ruim, que se expandia sempre que a lembrança do ultimo encontro me vinha à mente. Isso tudo purgou em mim por meses. Entretanto passou. E quando a pessoa mostrou-se crente em ter de volta o lugar que foi seu, foi majestoso apreciar o gosto da vingança se manifestando em minha boca...”

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sobre O Inexplicável


“Tudo está certo, tudo está perfeito. Porém basta um olhar, uma frase, e logo o passado retorna.”

(Coisas que aconteceram...)

“A conversa parecia agradável em nível de mesa de bar. Sorrisos eram trocados sem o interesse direto de seduzir. Afinal tudo já havia acabado e ambos mostravam-se rumar para a amizade e para o carinho restante em decorrência de meses intensos vividos pelo casal. Ambos tinham pessoas que os amavam. E ambos amavam essas pessoas. No entanto quando um pedido de uma breve ausência foi permitido, os dois olharam-se e expressaram bem mais que um olhar. Toques rápidos e descompromissados foram divididos, mais sorrisos, elogios, lembranças e ao retorno daquele que se fora, tudo voltou a se encaixar novamente nos sutis sinais que nem mesmo o ex casal notaram transmitir.”

Há certas coisas que fazem com que eu perca um tempo desnecessário em busca de uma explicação plausível. E uma delas é o fato de alguns sentimentos que insistem em margearem nossos pensamentos e que vão para um lugar de destaque, permitindo que ligeiros desconfortos ganhem proporções nos fazendo pensar que o amor possa se manifestar de uma maneira que nos falte maturidade para compreendê-lo.

Por vezes achei que não há nada como um novo amor para que o antigo caia por terra. Entretanto, as sensações de que “você ainda me pertence!” pareceram desafiar esta tese pouco interessante. É fato que há algo que nos prende a pessoa que “tínhamos”. Seja o costume ou o simples possessividade herdada firmemente de nossos parentes australopitecos.

O desconforto é o pior deles. Encontrar a pessoa em qualquer ambiente que seja faz quedar uma sensação quase criminosa de que algo está errado. E que nos obriga a contornar essa situação da maneira mais rápida e eficiente, pondo-se em prática uma educação forçada que nem mesmo nossos pais nos ensinaram a aprender.

E ver a pessoa por quem se sente esse misto de confusão indefinida com outra pessoa simplesmente não é uma tarefa fácil, por mais contentes e satisfeitos que possamos estar em nossa própria relação. E quando tudo parece também afetar a outra pessoa da mesma maneira que nos afeta, é desconcertante.

E isso tudo me leva a crer que questões sem respostas aparentes e relações sem fim definido servem apenas para refrear uma nova história que deve ser vivida por todos que buscam verdadeiramente estar do lado de alguém. E situações como esta parece nos tirar do foco e confundir ainda mais, nos fazendo esquecer que realmente tudo deve acabar quando se chega a um fim.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre O Que Restou


“Lembranças Saudosistas sempre alegram a alma.”

Escutar certas músicas de compositores que não são do meu tempo sempre provocou sentimentos saudosistas em mim. E por mais que minha visão agora esteja no futuro, é com enorme satisfação que eu me lembro de um passado não tão longínquo, de no máximo cinco anos atrás. Naquela época eu ainda tinha a sede de juventude dos adolescentes que dificilmente se preocupam com o amanhã, sendo somente necessária a companhia de meus estimados amigos que hoje em sua maioria finados estão. O curioso é que se nos pudéssemos imaginar o que seria de nos, tomaríamos precauções que nos conservariam sempre juntos, ao invés de deixarmos acontecimentos triviais nos separar deixando somente um: “Fale! Como eh que vc tah?”, como resquício de consideração em forma de scrap no Orkut.

E meu inestimável pai! Como ele era único. Com seus palavrões virgulando suas palavras, e contador de piadas irônicas e deploráveis. Nunca pensei que ele me faria tanta falta.

Entretanto foi tudo bom, foi tudo válido. E é com saudade que lembro o pôr do sol apreciado de um telhado, congelado em minha memória e, ainda hoje quando vejo um pôr do sol parecido, parte de mim volta ao telhando com as companhias que um dia compartilhei sentimentos fraternos. Tudo isso é incrivelmente satisfatório de ter como lembranças e apesar da distância não física que a “vida” nos impôs, gosto de todos de uma maneira peculiar e indistinta.

Basta esperar por mais cinco anos e saber se recordarei dos momentos vividos hoje.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sobre O Terror


“Tudo é distribuído em doses, como ser fosse um veneno matando pouco a pouco”

(Coisas que aconteceram...)

O bando era constituído por três homens. Entre eles, havia um menor. Homens que tiveram uma ou nenhuma oportunidade na vida ou que negaram todas das quais haviam aparecido. Tornaram-se assassinos baratos e frios. Dos quais nem pensam no que a morte representa ou coisa ainda pior; daqueles que nem sequer pensam.
A lembrança ainda estava viva de quando o bando de três era quatro, desfalcado por disparos de um atirador rival, com pouco ou nenhuma instrução na vida. E com isso, a rixa teve inicio. O atirador que eliminou um dos quatro, não só eliminou o quarteto, porém também a chance de andar sem medo e não olhar para trás. Ele havia sido jurado de morte.
O dia do acerto de contas foi escolhido – domingo, um dia bom para matar. O bando sedento por vingança, munidos de ódio e armas de fogo, saíram em caçada daquele que respirava apenas por insistência, sua morte estava certa.
O anjo da morte tem sua maneira peculiar de agir e naquele dia, o atirador ganhava mais algumas horas. Seu dia ainda não tinha chegado.
Era noite e o jogo de futebol ainda era transmitido pela televisão, e logo o grito de gol foi sobreposto por disparos de revolver. Todos correram e no inicio da pequena rua, o atirador corria ensangüentado, perfurado por balas com bando em seu encalço. Mais disparos. Mais desespero. Pessoas jogaram-se ao chão e com disparos de nove tiros, oito fizeram o atirador já caído acompanhar o anjo que se apresentou naquele lugar e com apenas um tiro, o anjo, feliz, levou também meu pai.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sobre A Traição



“As pessoas só tem a importância que damos a elas.”

O que mais machuca em uma traição, não é fato de ela ter conseqüências que nos levam a pensar na frieza do traidor, mas sim o porquê de as más intenções do traidor não ter sido percebidas a tempo.
Enganar-se com as pessoas é extremamente comum a todos. E isso se deve ao fato de que vestir a roupa de cordeiro é mais fácil de que mostrar o verdadeiro lobo presente em todos.
Recentemente vi como é terrível ver a confiança desmoronar diante de si, e transmitir toda a culpa para atitudes impulsivas, como aquelas causadas pelo teor alcoólico das cervejas.
E a coisa piora ainda mais, intimamente ligada à relativa sensação que nos, seres humanos, sentimos em confiar naqueles que de certo, podem nos decepcionar ou mostrar-se mais confiantes que nossos próprios familiares.

(E mais uma corrente se quebra...)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Sobre O Mês de Janeiro



“Sentir-se incompleto em 31 dias”


(Coisas que aconteceram...)

A lembrança que eu guardo com carinho não é a mais feliz, entretanto, quando a imagem daquela figura parada seqüenciando a despedida, me olhando, embolsando um sorriso que eu aprendi a adorar, que mais parecia que um futuro encontro seria possível.

Pensar era uma tortura estranhamente amenizada por expectativas de que quando eu sentisse o cheiro dos cabelos, o perfume que aumentava indescritivelmente o libido, faria a segunda feira, tão distante do sábado, tornar-se suportável.

E as musicas? Ah, as musicas! Todas pareciam terem sido minuciosamente compostas para cada momento, até quando se escutava “Milhas Distantes” meu pensamento ia de um ponto que parecia sempre indicar sua direção.

Dormir depois que o lençol me era retirado, no auge do frio da madrugada, nunca me pareceu tão fácil.

Mas o mês acabou. Acordamos. Sigamos em frente ou quem sabe escrevo “Sobre O Mês de Fevereiro”.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Sobre A Incerteza


“Há escolhas que não são certas ou erradas, são apenas escolhas.”

Pensar sobre um assunto que certamente tem relevância e que mostrará uma significativa diferença em nossas vidas, nos deixa em um caminho que se bifurca e não parece mostrar-se fácil de presumir-se qual deles é o correto, fácil, ou certo.

Este problema parece duplicar quando apenas nos podemos decidir por algo ou alguém, sem consultar uma pessoa de confiança ou as páginas amarelas.

Percebi que a vida é cheia de incertezas que nascem desde quando começamos a raciocinar, quando somos bem pequenos, e se prolongam por toda a vida. Incertezas estas que não livram nem as figuras mais autoritárias e respeitosas que são nossos pais, pelo motivo deles serem tão humanos quanto eu ou você.

Pensar muito também não me parece ser a melhor solução, já que quanto mais se pensa, mais duvidas são acumuladas á qualquer ser pensante.

Encruzilhada. Sinto-me em uma encruzilhada.

(Assim pensava a jovem Monteiro)